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Escravidão contemporânea e a qualidade musical

No próximo mês, temos um feriado facultativo em algumas cidades, o dia da consciência negra, um feriado para que não nos esqueçamos da barbárie que
acontecia há alguns anos no Brasil Império, colônia e no mundo todo. Não vou me remeter ao fato da humilhação e sofrimento que muitos escravos passaram, mas sim ao fato da privação da liberdade e ao contexto da submissão que se submeteram. Não eram donos de si, ou seja, eram propriedades de alguém, e tinham suas opções de vida e escolhas limitadas as vontades e regências de seus senhores. Curiosamente, fato!, a escravidão hoje continua em diversos níveis, porém ela é disfarçada pelo glamour que seus senhores concedem aos seus submissos. Claro que hoje em dia não existem punições físicas nem torturas, e os ganhos dos escravos modernos chegam a ser para alguns exorbitante. De qual escravo estou falando? Dependendo do ponto de vista,  proletariados, mestres ou doutores poderiam entrar nessa perspectiva, mas não quero dar este enfoque, se não vou me parecer como um partidário de extrema esquerda.
 Estou falando de jogadores de futebol, atores, músicos, escritores e compositores que se submetem a contratos e se vendem para poderosos sanguessugas, mascarados pela da mídia que eles mesmos controlam para esconder a verdadeira perspectiva do fato. Devido ao sonho imposto por nossas máquinas de pseudo cultura, cidadãos incultos desde seu a tenra infância almejam a fama e a riqueza que um jogador ou um artista alcança, pois isso é o que a máquina mostra, um caminho que parece fácil, basta um pouco de talento e pronto! Muitos então vão atrás dessa falsa ideologia alimentada pela mídia e aceita pela massa. Um jogador de futebol quando assina um contrato, geralmente se torna propriedade, como os escravos, ficando submissos aos seus senhores, para que cumpram suas vontades e sigam suas regras para que gerem mais lucros aos proprietários, sendo obrigados a se submeterem a treinamentos e proibições. Vejam aqui uma matéria publicada na revista Isto é, cujo seu texto comprova que jogadores são sim propriedades, pois possuem donos: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/22270_O+DONO+DOS+CRAQUES, Um músico que assina um contrato com um empresário ou uma gravadora, se submete da mesma forma aos seus senhores, sendo obrigados a cumprir regras sobre shows, gravações, eventos, para que gerem lucro aos seus senhores. Pior ainda quando são artistas mirins, quando seus pais alienados, incultos e gananciosos colocam seus filhos como propriedades de outros, submetendo-os à ganância lucrativa dos senhores. O que aconteceu por exemplo com Macaulay Culkin, Michael Jackson, entre outros. Pesquisem a história deles e veja o que lhes aconteceu por isso. Porque será que muitos artistas se afundam em drogas e acabam se suicidando, como Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison, Amy Winehouse, Janos Joplin, entre outros. Conscientemente ou inconscientemente a falta de liberdade, a obrigação de gravar um disco por ano, de fazer "n" shows por mês, a de compor e gravar o que é imposto à eles, fazer shows gratuitos para alavancar o nome do artista e várias outras cláusulas piores que estas como descreveu o site americano https://litigation-essentials.lexisnexis.com/webcd/app?action=DocumentDisplay&crawlid=1&doctype=cite&docid=25+Hastings+Comm.+%26+Ent.+L.J.+189&srctype=smi&srcid=3B15&key=dbb7a31f27240860e4e0f92b29c609b9, vai ficando claro a escravidão à que se submeteram, por isso inclusive criaram o termo "Vender a alma ao Diabo", que significava entre os artistas da época, assinar um contrato com um empresário ou uma gravadora. Hoje no Brasil é muito nítido que pessoas com mais conhecimento e cultura não se submetem a isso e nem assinam estes tipos de contrato, por isso os senhores que procuram os escravos modernos vão atrás de pessoas com níveis de cultura inferiores. Estes produzem entretenimento de baixa qualidade, mas que enchem os bolsos de seus senhores, uma matéria que exemplifica um pouco disto pode ser lida aqui: http://kbox.com.br/2009/10/28/dbsk-e-outros-artistas-sob-contrato-escravo-na-sm-entertainment/ . Sem contar que a história mostra que escravos contemporâneos com intelecto mais elevado dão muito trabalho, ou então assinam contratos mais leves que não implica em perda de tamanha liberdade, na realidade, se torna mais uma sociedade do que um contrato. O que acontece com compositores mais intelectuais porém, como seus contratos não tem tanto um regime de servidão, eles geram menos lucro para seus sócios, então o investimento na mídia se torna menor, por isso não entram tanto em voga. Alguns músicos somem da mídia, porque será? Muitas vezes porque não renovam o contrato, visto que não querem mais o tolhimento de sua liberdade pela fama. O mesmo ocorrem com atores com contratos da televisão na Globo,Record, Sbt ou em Hollywood. Detalhe: os escravos da época do Brasil Império ou colonial também eram chamados de empregados, termos que utilizamos ainda hoje para quem serve a alguém ou a alguma empresa.
Os escravos eram valorizados de acordo com seu físico e suas habilidades, assim como bois, cavalos ou vacas que são vendidos de acordo com seu DNA, físico, produção de leite, carne ou descendentes geráveis. Da mesma maneira um músico, ator ou jogador se têm seu valor de propriedade de acordo com suas habilidades e portes físicos.
Porque então  a massa compra a ideia de que toda essa cultura de baixa qualidade é boa?
Muito simples, quando você sabe vender, você vende! Ou seja, imagine que você precise da ajuda de alguém para realizar uma tarefa, se você pedir com amabilidade, eloquência e humildade, provavelmente a pessoa aceitará seu pedido, mas se você for agressivo, impetuoso, arrogante e pedante provavelmente a pessoa não te ajudará, ou seja você não venderá o peixe. A mídia ou o marketing colocado em cima destes escravos contemporâneos são tão convincentes, principalmente pela figura humilde da onde provavelmente estes artistas se originaram e que todos facilmente compram a ideia, principalmente porque não sabem o que existe por detrás de toda esta máquina. Já a crítica ou os críticos de arte muitas vezes não sabem vender o que é bom, pois o seu discurso é inflamado, e acaba não convencendo exatamente porque esta forma agressiva de vender alguma coisa, passa a ideia ao ouvinte de que ele não tem liberdade de escolha, ou seja, inconscientemente de que ele é obrigado a comprar o que tem qualidade, já a mídia que vende o falso brilhante diz ao comprador subliminarmente que ele compra se quiser, sendo assim passa ao comprador a falsa ilusão de que ele tem a liberdade de escolher, e acaba assim comprando o falso brilhante.
Não sei a respeito de outros ramos de atividades, mas vejo que no ramo da música, muitos músicos tentam imitar essa orquestração de baixo nível cultural, dando razão e alimentando toda essa máquina diabólica, montam uma banda ou realizam um trabalho medíocre e de baixo nível como se quisessem se encaixar nessa "bizarrisse" toda, cabe a nós como educadores, músicos, jornalistas, atores, escritores, jogadores,  a obrigação de não contribuir com isso, nos recusarmos a realizar trabalhos e obras artísticas medíocres de tão baixo nível e principalmente a de não assinarmos contratos de escravidão com nenhum Senhor das trevas. E por favor críticos, sejamos mais eloquentes, menos agressivos, jamais omissos e vamos aprender a vender nosso peixe.

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