Em 1990 escrevi uma peça de teatro entitulado "O fim da canção", na realidade era um musical, o qual abrangia temas sobre drogas e morte. Narro a história de um personagem viciado em drogas que é abandonado pela sociedade, e trás à luz da reflexão as regras morais e de comportamento que são excluídas de muitos filhos da humanidade, e que depois, esta mesma sociedade despreza e isola estas pessoas que tiveram seu comportamentos e meios corrompidos pela fragilidade de nossa estrutura social e educacional. Infelizmente nem todos nascem com manual de explicações de conduta e utilização coerente de nossos corpos e mentes. Nem todos recebem de suas famílias ou professores manuais práticos de como utilizarmos de maneira correta nossa vida. Daí surge Livre conduta, um termo que se aplica ao livre arbítrio, nossa liberdade de fazermos escolhas, e nossa sorte ou revés de nascermos em berços de sabedoria, ou quem sabe mistérios de planos divinos? De qualquer forma, não vou aqui narrar toda estória, estou trazendo apenas um pouco de reflexão para o dia de hoje. O que vou deixar é o trecho de uma das músicas que fiz para esta peça que se chama "Livre conduta". Esta peça nunca foi encenada, e esta música em questão também nunca foi gravada:
"Livre conduta"
Sou o correr do tempo
O grito que ecoa
Um pássaro que voa
Uma folha ao vento
Sou filho da pauta
O terror do medo
Um gatilho no dedo
A dor da prostituta
Sou cárcere do vício
O putrefato da carne
O contrário do charme
A sala do hospício
Sou crack e heroína
Esmalte e benzina
Etanol e nicotina
Maconha e cocaína
Três anos depois, eu estava no exército, mais precisamente no Tiro de Guerra em São Bernardo, onde assistíamos palestras sobre drogas e coisas do tipo, isso acabou me inspirando numa reflexão que me levou a compor 'Livre conduta II". Irônico, pois quem serve "sua pátria" não têm tanta liberdade assim, visto que o alistamento é obrigatório, ou seja, servir o exército é apenas um eufemismo para escravidão compulsória temporária. Nesta letra utilizei várias metáforas para cingir a reflexão sob o ponto de vista do vício ou do objeto do vício que mata e alienia, então 'Livre conduta II" é uma ironia à liberdade de escolha quando estamos aprisionados num vício, e ao mesmo tempo é um paradoxo com relação à visão macro de nossa existência:
"Livre conduta II"
Sou filho do vento
Como chamas ardentes
Meu caminho é o tempo
Este mundo me prende
Sou cárcere de mim mesmo
Vivo sem saber o por quê?
Tua presença é meu esmo
Delírio só de quem vê
Tão longe de tudo e de todos
O sol, resseca minha pele
Quero possuir o teu corpo
E te deixar totalmente leve
Sou a luz que os cegos vêem
O grito que os surdos escutam
A maldade abençoada
A voz do fim de tudo
Quatro anos depois, em 1996, quando estava em plena atividade com a banda Eclipse Oculto, decidi compor uma música que ajudasse as pessoas a se libertarem dos modismos (efeito manada) e do consumismo, queria criar uma letra que dissesse: Vá em frente! Lute! mude suas atitudes! Pois você têm essa liberdade, e têm esse direito! Não sofra! O mundo está te perturbando hoje? Então aproveite a oportunidade e viaje para dentro de si e se liberte! Conheça-se melhor! Seja você mesmo, e deixe o modismo de lado! Então nasceu a música "Livre conduta III" sem grandes paradoxos, e totalmente minimalista em relação ao assunto:
Livre Conduta III
O que já passou ninguém precisa se importar
Que o tempo voa e o calendário amarelou
Você ficou o dia inteiro chorando
Querendo o que a vida lhe negou
Não é preciso mais viver assim
Nem necessário mais ficar aqui
Nesse mundo onde tudo é involuntário
Ninguém sente mais vontade de fazer
O que realmente quer
Solte sua personalidade, suas vontades,
Não deixe que o medo faça segredos
De quem você é
Você marcou não percebeu que todos passam por você
Um sorriso, um abraço, afeto que você negou
Não se preocupe somos todos iguais nessa vida
De que no caminho se perdeu
"Livre conduta"
Sou o correr do tempo
O grito que ecoa
Um pássaro que voa
Uma folha ao vento
Sou filho da pauta
O terror do medo
Um gatilho no dedo
A dor da prostituta
Sou cárcere do vício
O putrefato da carne
O contrário do charme
A sala do hospício
Sou crack e heroína
Esmalte e benzina
Etanol e nicotina
Maconha e cocaína
Três anos depois, eu estava no exército, mais precisamente no Tiro de Guerra em São Bernardo, onde assistíamos palestras sobre drogas e coisas do tipo, isso acabou me inspirando numa reflexão que me levou a compor 'Livre conduta II". Irônico, pois quem serve "sua pátria" não têm tanta liberdade assim, visto que o alistamento é obrigatório, ou seja, servir o exército é apenas um eufemismo para escravidão compulsória temporária. Nesta letra utilizei várias metáforas para cingir a reflexão sob o ponto de vista do vício ou do objeto do vício que mata e alienia, então 'Livre conduta II" é uma ironia à liberdade de escolha quando estamos aprisionados num vício, e ao mesmo tempo é um paradoxo com relação à visão macro de nossa existência:
"Livre conduta II"
Sou filho do vento
Como chamas ardentes
Meu caminho é o tempo
Este mundo me prende
Sou cárcere de mim mesmo
Vivo sem saber o por quê?
Tua presença é meu esmo
Delírio só de quem vê
Tão longe de tudo e de todos
O sol, resseca minha pele
Quero possuir o teu corpo
E te deixar totalmente leve
Sou a luz que os cegos vêem
O grito que os surdos escutam
A maldade abençoada
A voz do fim de tudo
Quatro anos depois, em 1996, quando estava em plena atividade com a banda Eclipse Oculto, decidi compor uma música que ajudasse as pessoas a se libertarem dos modismos (efeito manada) e do consumismo, queria criar uma letra que dissesse: Vá em frente! Lute! mude suas atitudes! Pois você têm essa liberdade, e têm esse direito! Não sofra! O mundo está te perturbando hoje? Então aproveite a oportunidade e viaje para dentro de si e se liberte! Conheça-se melhor! Seja você mesmo, e deixe o modismo de lado! Então nasceu a música "Livre conduta III" sem grandes paradoxos, e totalmente minimalista em relação ao assunto:
Livre Conduta III
O que já passou ninguém precisa se importar
Que o tempo voa e o calendário amarelou
Você ficou o dia inteiro chorando
Querendo o que a vida lhe negou
Não é preciso mais viver assim
Nem necessário mais ficar aqui
Nesse mundo onde tudo é involuntário
Ninguém sente mais vontade de fazer
O que realmente quer
Solte sua personalidade, suas vontades,
Não deixe que o medo faça segredos
De quem você é
Você marcou não percebeu que todos passam por você
Um sorriso, um abraço, afeto que você negou
Não se preocupe somos todos iguais nessa vida
De que no caminho se perdeu
Em 2005, quando gravei meu segundo CD: "Rústico e Acústico II" decidi colocá-la entre as trilhas, com isso ela pode ser ouvida neste site: http://palcomp3.com/henriquedefalla/livre-conduta-iii-cd-rustico-e-acustico-2/
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