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O odor da matéria escura

Às vezes penso e reflito o quanto somos limitados, o quanto nossas percepções são seletas. Sinto falta do infinito, de sua concepção, de toda magnitude, dos raios que não sou capaz de apreciar com minha visão, das cores que não posso enxergar, dos odores da matéria escura, das sensações da anti-matéria, dos sons que não somos capazes de ouvir, e de todo supremo que não estão ao nosso alcance. Mas, como todo bom ser consciente deste planeta, sou grato pelo que possuo! Essa gratidão que vem de uma amor inexplicável que sentimos pelo que não conhecemos, mas que aspiramos, e que nos envolve numa amplitude incalculável de fé que nos move para frente, que nos faz crescer e evoluir sempre! Como "fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente, como um contentamento descontente, como dor que desatina sem doer". Essa falta de percepções que possuímos, penso que faz muito sentido como diz a letra desta música: 

Fábula: (Engenheiros do Hawaii)
Era uma vez um planeta mecânico
Lógico, onde ninguém tinha dúvidas
Havia nome pra tudo e para tudo uma explicação
Até o pôr-do-sol sobre o mar era uma gráfico

Adivinhar o futuro não era coisa de mágico
Era um hábito burocrático, sempre igual
Explicar emoções não era coisa ridícula
Havia críticos e métodos práticos

Cá pra nós, tudo era muito chato
Era tudo tão sensato, difícil de agüentar
Todos nós sabíamos decor
Como tudo começou e como iria terminar

Mas de uma hora pra outra
Tudo que era tão sólido desabou, no final de um século
Raios de sol na madrugada de um sábado radical
Foi a pá de cal, tão legal

Não sei mais de onde foi que eu vim
Por que é que estou aqui
E para onde devo ir
Cá pra nós, é bem melhor assim
Desconhecer o início e ignorar o fim

Que é também uma bonita homenagem à esta música, que diz tudo:


A dialética também nos limita, pois traduzir sentimentos, emoções e toda reflexão conjunta do que queremos expressar em relação à tudo que acreditamos e buscamos é muito limitado! Por isso assimilamos e aprendemos outras linguagens como a musical, a corporal, a pintura, escultura e outras formas de artes que nos dizem muito mais do que as palavras em suas limitações dialéticas. No final, tudo, inclusive nossas limitações e provações são totalmente compreensíveis, basta um pouco de reflexão!

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